Cristiano em entrevista ao El Partido de Las 12
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Sobre se irá ou não a festa da Bola de Ouro: "Não estou a pensar na Bola de Ouro. Sei que a entrega é em janeiro, mas não posso dizer se vou ou não. Prefiro não dizer nada, porque as coisas não dependem de mim. O que mais quero é continuar a jogar assim, depois veremos o que se passa. Não estou obcecado com isso".
Sobre a Bola de Ouro: "Penso que não é só deste ano, mas tenho sempre mostrado um nível muito alto. Desde que estou em Madrid demonstro-o. Mas dizer que sou o melhor ou o pior, são gostos. Não posso agradar a todos. Há quem gosta de mim e quem não gosta. Se Deus não agradou a todos, vou eu agradar?"
Sobre o apoio que recebe da torcida madridista: "Sinto-me muito acarinhado... Já estou na quinta temporada no Real Madrid, mas confesso que a princípio não sabia lidar bem, porque são pessoas especiais, com uma cultura diferente. Joguei em Portugal e em Inglaterra e sei o que é. Mas, depois, quando conquistas as pessoas, até nas ruas, elas passam a gostar de ti, a apreciar o teu trabalho e a tua forma de jogar, a tua dedicação. Nos primeiros anos podia não me sentir triste, mas não me sentia identificado em campo. Mas depois comecei a pensar que podia ser eu a estar enganado. As pessoas são assim e não mudam. É essa a sua mentalidade. Ao terceiro ano comecei a aprender a lidar e agora sinto-me uma pessoa 100% feliz."
"Gosto muito das pessoas de Madrid, assim como os adeptos do Real Madrid. Vivo um sonho ao entrar neste estádio. Os adeptos gostam muito de mim e quero permanecer muitos mais anos aqui. Quero terminar o meu contrato, até porque depois do Real Madrid não encontrarei um clube assim. Sinto uma grande alegria dos adeptos, principalmente fora do estádio. Pode parecer estranho, é certo que me sinto bem em campo, mas na rua é diferente. As pessoas, as crianças, todas gostam muito de mim. Falam-me de forma normal, mesmo quem não segue muito."
Sobre a diferença de ambientes entre Madrid e Inglaterra: "Em Espanha há uma mentalidade diferente, temos de nos acostumar e temos de os conquistar, dando tudo em campo. Mas, depois de conquistar, temos de manter o nível. Vejo pelos meus companheiros, que têm uma boa relação com os adeptos. Quero é que me vejam como um grande profissional, que dá tudo em campo, a fazer o que mais gosta."
Sobre terminar sua carreira no Real Madrid: "É possível. Não penso muito no futuro, gosto mais de pensar no presente. Quando o presente é bom, quando te sentes bem e motivado para estar bem, o futuro preocupa-te menos. Na verdade sinto que quero terminar a carreira aqui. Gosto muito de jogar cá, no melhor clube do Mundo."
Sobre a doença (Leucemia): "Todos os jogadores mostraram solidariedade com ele (Carlos Martins), em ajudar o filho dele. Sabemos que é uma situação delicada. As pessoas podem pensar que é muito difícil, mas é só tirar sangue e já está. Se tivesse de o fazer, faria de novo. Não causa problemas, não dói e podemos ajudar muita gente, incluindo crianças. Se podemos ajudar, não custa nada. Apelo para a participação das pessoas, principalmente em Espanha, que é um país com uma grande população. Eu, por exemplo, sou dador de medula há dois anos".
"É uma situação muito complicada, vi isso pelo filho do Carlos Martins, pelas histórias que contava. É óbvio que não gostaria de ter, nem queria que alguém da minha família tivesse. É um tema delicado, uma doença complicada, mas entendo as posições em que vocês estão agora. Vocês são os verdadeiros heróis. Para lutar contra esta doença é preciso muita força, seja física ou anímica. Pessoas que têm a doença e têm de viver a sorrir..."
"Ser-me diagnosticado leucemia seria muito mau, espero nunca ter. Que Deus seja generoso comigo e com a minha família, assim como foi com vocês, que encontraram solução para a doença".